sábado, 31 de outubro de 2009


LEITURA DA
PALAVRA DE DEUS
NO ANO LITÚRGICO

Pe. Cristiano Marmelo Pinto[1]

1. Introdução

O Concílio Vaticano II na constituição sobre a Sagrada Liturgia Sacrosanctum Concilium afirma que Cristo está “presente por sua Palavra, pois é ele quem fala quando se lê a Escritura na Igreja” (SC 7). Com esta afirmação o Concílio resgata a sacramentalidade da Palavra de Deus na liturgia, pois, quando se proclama a Palavra de Deus na celebração é o próprio Cristo quem nos fala, sacramentalmente agindo naqueles que exercem o ministério da proclamação da Palavra na liturgia. Ainda no mesmo número, a constituição diz que “Cristo está sempre presente à sua Igreja...” (SC 7). Isso significa que ele não somente está presente, mas age através de sua Igreja e de seus ministros.

Portanto, a primeira coisa que devemos tomar consciência é de que quem fala com o povo é o próprio Deus. Quando se proclama as leituras na celebração é Deus falando. Somos apenas instrumentos, ministros seus. Isso confere a quem exerce tal função na liturgia uma responsabilidade grande, pois, não se pode proclamar a Palavra de Deus de qualquer jeito. É preciso se preparar bem para isso.

Quando falamos de Concílio Vaticano II e de sua reforma, temos que ter em mente qual a finalidade dessa reforma. A própria constituição Sacrosanctum Concilium nos dá a resposta: “A Igreja deseja fazer quanto antes uma reforma litúrgica geral, para que o povo cristão aproveite melhor as riquezas da graça contidas na liturgia” (SC 21). Para que essa reforma geral? “Para que o povo cristão as perceba com maior clareza, na medida do possível, e possa participar plena e ativamente da celebração comunitária” (SC 21). Quando o documento conciliar estabelece as normas gerais para a reforma da liturgia, ao tratar da Sagrada Escritura, afirma que: “A Escritura desempenha papel de primordial importância na celebração litúrgica. Fornece as leituras e é explicada na homilia” (SC 24). Para isso prevê a revisão dos livros litúrgicos.

Dentre os livros litúrgicos que devem ser restaurados encontramos os Lecionários (livros da Palavra de Deus na liturgia). O Concílio estabelece que: “restaure-se o uso abundante, variado e bem distribuído da Sagrada Escritura nas celebrações litúrgicas” (SC 35). De fato, com a restauração das leituras no missal romano, acrescentaram-se abundantes e variadas leituras da Sagrada Escritura na missa e nos demais sacramentos, enriquecendo assim os lecionários e proporcionando ao povo que participa da celebração litúrgica um maior contato com a Palavra de Deus. “Quanto mais a Palavra de Deus for oferecida aos fiéis, maior acesso terão aos tesouros da Bíblia. Por isso, deve-se ler uma parte bem maior das Escrituras nos espaços litúrgicos que lhe são reservados cada ano” (SC 51).

2. O Lecionário – livro das leituras na missa

Do latim lectio significa leitura. Lecionário é o livro litúrgico que contém as leituras da Palavra de Deus selecionadas e organizadas para serem proclamadas na celebração litúrgica. O Lecionário “é o modo normal, habitual e próprio por meio do qual a Igreja lê, nas Sagradas Escrituras, a comunicação viva de Deus, à luz do mistério de Cristo”[2].

O papa Paulo VI diz que:

O Lecionário (Ordo Lectionum Missae) é um dos livros do rito romano que se beneficiou muito com a reforma feita depois do Concílio, tanto pelo número de textos que foram acrescentados como pelo valor intrínseco de tais textos: trata-se, com efeito, de textos que contêm a Palavra de Deus, sempre viva e eficaz (cf. Hb 4,12). Essa exuberância de leituras bíblicas permitiu que se expusesse, num ordenado ciclo trienal, toda a história da salvação, e que se apresentasse de uma forma mais completa o mistério de Cristo[3].

A proclamação do Evangelho ocupa o lugar central, pois ele é o ápice da liturgia da Palavra. Por esse motivo, a Igreja desde muito cedo distinguiu os livros destinados a proclamação da Palavra de Deus na liturgia, de modo que temos o Evangeliário que contém os evangelhos, e os Lecionários que contém as demais leituras da missa.

Os lecionários são organizados em três volumes:
Lecionário Dominical (com as leituras para os domingos e festas);
Lecionário Semanal (com as leituras para os dias da semana – feirais);
Lecionário Santoral (com as leituras para as missas dos santos, comuns e diversas circunstâncias).

2.1. Lecionário Dominical

O lecionário dominical está estruturado num período de três anos, seguindo as letras A – B – C. As leituras dos domingos e festas são três ordenadas do seguinte modo: primeira leitura (primeiro testamento – na páscoa é dos Atos dos Apóstolos); segunda leitura (das cartas apostólicas e do apocalipse); e a terceira leitura (Evangelho). Das três o Evangelho ocupa o lugar central.

Ao dividir as leituras num ciclo de três anos facilita para uma leitura mais abundante da Bíblia, voltando os textos a serem lidos somente depois de três anos.

O ano de cada ciclo está organizado pelos evangelhos sinóticos, que no tempo comum é proclamado de modo semicontínuo. Deste modo temos:

Ano A – evangelho de Mateus; Ano B – evangelho de Marcos; Ano C – evangelho de Lucas.

O Evangelho de João completa as leituras do ano B e é reservado para os tempos da quaresma e páscoa. As demais leituras são escolhidas em acordo com o texto do evangelho do dia e o salmo responsorial em resposta ao texto da primeira leitura.

2.2. Lecionário Semanal (ferial)

Este lecionário é para os textos que são lidos nos demais dias da semana. Durante a semana a celebração da missa apresenta duas leituras: a primeira leitura (tirada do primeiro testamento ou dos apóstolos – no tempo pascal é tirada dos Atos dos Apóstolos) e a segunda leitura que é o Evangelho.

A primeira leitura está organizada para um período de dois anos (anos pares e impares), o Evangelho é repetido todos os anos.

2.3. Lecionário Santoral (para as missas dos santos, comuns e diversas circunstâncias)

O lecionário santoral, ou lecionário para as missas dos santos, votivas e diversas circunstâncias, oferece uma série de leituras bíblicas para as solenidades, festas e memórias, principalmente se para cada uma delas existem textos próprios. Há uma série de leituras que se propõe, com textos próprios para os santos mártires, pastores, santos e santas, etc., e depois outra série que com textos que abordam a santidade de modo geral.

Há também textos conforme a memória do dia, que podem ser utilizados de modo livre. Junto com o lecionário para o comum dos santos, tem uma série de leituras para diversas celebrações rituais, tais como batismo, confirmação, ordenações, matrimônio, defuntos, etc.

O Lecionário Santoral está organizado do seguinte modo: próprio dos santos; formulários do comum (nossa senhora, mártires, pastores, doutores da Igreja, virgens, santos e santas); missas para diversas necessidades (pela Igreja, pelo bem comum, diversas circunstâncias da vida pública; algumas necessidades particulares); missas votivas (Santíssima Trindade, Santa Cruz, Nome de Jesus, Sagrado Coração de Jesus, Nossa Senhora, Santos Anjos, etc.).

3. A organização do Lecionário

Para selecionar e organizar os textos bíblicos para a celebração da missa nos lecionários, foram usados os seguintes critérios:

1) Pretende-se apresentar à assembléia todo o mistério da salvação, de forma integral;
2) É acrescentado ao núcleo central do mistério da salvação – a páscoa de Jesus – outros temas como o Reino de Deus, etc.;
3) A forma prática e ideal de apresentar e desenvolvimento do mistério da salvação na liturgia é o Ano Litúrgico;
4) Os textos mais significativos são reservados para os domingos e festas, os demais para os dias da semana, de modo que em determinado período do ano são lidas ao povo as partes mais importantes da Bíblia;
5) Para os domingos e festas são introduzidas três leituras: uma do primeiro Testamento (palavra profética), outra das Cartas (palavra apostólica) e o Evangelho (palavra evangélica).
6) A primeira leitura no período pascal é tirada dos Atos dos Apóstolos.

A distribuição das leituras seguindo um ciclo de três anos (A-B-C) permite um conhecimento de toda a Palavra de Deus. Durante o ano litúrgico, e especialmente nos tempos da páscoa, quaresma e advento as leituras da Palavra de Deus tendem, de maneira gradual, levar o povo a um conhecimento mais profundo da fé e da história da salvação.

4. Finalidade do Elenco das Leituras da Missa (Ordo Lectionum Missae)

A principal finalidade do Elenco das Leituras da Missa é de cunho pastoral, seguindo o espírito do Concílio Vaticano II. Esta finalidade pastoral pretende uma autêntica celebração da Palavra de Deus pela comunidade. O trabalho da escolha dos textos bíblicos para o Elenco das Leituras da Missa é resultado de um grande esforço que envolveu muitos peritos. “Para conseguir esse fim, não só os princípios em que se baseia o novo Ordo, mas também a escolha dos próprios textos que se colocam a seguir, foram revistos e elaborados várias vezes, com a cooperação de muitas pessoas de todo o mundo, versadas em matérias exegéticas, litúrgicas, catequéticas e pastorais”[4]. Não é por menos que não se deve substituir a leitura da Palavra de Deus por outros textos, tanto pela primazia da Palavra como pelo esforço da Igreja em oferecer uma completa visão da história da salvação por meio dos textos bíblicos usados na celebração litúrgica.

Podemos resumir a finalidade do Elenco das Leituras da Missa do seguinte modo: possibilitar a assembléia celebrante maior contato com a Palavra de Deus na missa e como finalidade última uma melhor participação no mistério da salvação, cuja centralidade é o mistério pascal de Cristo celebrado na liturgia.

Respeitando os textos sugeridos nos lecionários para as leituras na missa, estaremos cumprindo a função de promover a participação plena, ativa, consciente e frutuosa de toda a comunidade na liturgia (cf. SC 11; 14; 21).

5. O Ano Litúrgico

Antes de tratarmos propriamente das leituras nas missas, precisamos trazer à memória a estrutura do ano litúrgico, para que possamos situar os textos bíblicos dentro da finalidade de cada tempo.

A liturgia é a celebração do mistério pascal de Cristo. A páscoa constitui o centro, o núcleo fundamental de nossa fé. Em torno dele celebramos no ano litúrgico a memória do Ressuscitado na vida da comunidade e de cada um de nós. No ano litúrgico “o mistério de Cristo se desdobra por todo o ciclo anual, desde sua encarnação e nascimento até a ascensão, pentecostes e a expectativa, da vinda do Senhor” (SC 102). No decorrer do ano litúrgico a Igreja nos propõe um caminho espiritual, uma vivência da graça própria de cada aspecto do mistério de Cristo, presente e operante nas diversas festas e nos diversos tempos litúrgicos (cf. Normas sobre o Ano Litúrgico e o Calendário – NALC 1).

O ano litúrgico segue três ritmos: o ritmo diário (nele situa-se principalmente a liturgia das horas), o ritmo semanal, marcado pelo domingo, dia do Senhor, dia por excelência do encontro da comunidade cristã com o Senhor na celebração da eucaristia, e o ritmo anual, onde se situa os ciclos dos tempos litúrgicos. A nós interessa apenas no momento o ritmo anual.

O ano litúrgico compreende dois tempos fortes: o ciclo pascal, tendo o tríduo pascal como centro, a quaresma como preparação e o tempo pascal como prolongamento, encerrando com pentecostes. O ciclo do natal, que tem o advento como preparação e seu prolongamento até a festa do batismo do Senhor. Esses são os tempos fortes do ano litúrgico. Depois, temos o tempo comum que começa no dia seguinte a festa do batismo do Senhor, indo até a terça-feira antes de cinzas. Recomeça na segunda feita após pentecostes e se prolonga até a solenidade de Cristo Rei, encerrando nas vésperas do primeiro domingo do Advento.

Ciclo Pascal: Quaresma (preparação); Tríduo Pascal (centro); Tempo Pascal (prolongamento).

Ciclo do Natal: Advento (preparação); Natal (centro); Tempo do Natal (prolongamento).

Tempo Comum.

6. A leitura da Palavra de Deus ao longo do Ano Litúrgico

Nesta parte de nossa reflexão vamos procurar trabalhar as leituras bíblicas ao longo do ano litúrgico, seguindo os tempos litúrgicos. Iremos seguir a ordem proposta pelo calendário litúrgico, iniciando pelo advento e seguintes. É importante dizer que não faremos uma análise dos textos em si, pois para isso seria necessário mais tempo. Queremos apenas as características e finalidades das leituras bíblicas conforme o tempo litúrgico.

6.1. A leitura da Palavra de Deus no tempo do Advento

O tempo do advento é composto por quatro domingos. A finalidade deste tempo é preparar a celebração do natal do Senhor.

Nos domingos as leituras do Evangelho têm uma característica própria: referem-se à vinda do Senhor no final dos tempos (1º domingo), a João Batista (2º e 3º domingo) e aos acontecimentos próximos ao nascimento de Jesus (4º domingo).

As primeiras leituras são do Primeiro Testamento, são profecias sobre o Messias e o tempo messiânico. Essas leituras são tiradas do livro do profeta Isaías.

As segundas leituras, tiradas dos apóstolos, contêm exortações e ensinamentos relativos às diversas características do tempo do advento.

A. Bergamini diz que:

O conteúdo das leituras, especialmente do Evangelho, focaliza para os domingos um tema específico, em cada um dos três ciclos litúrgicos: a vigilância na espera de Cristo (1º domingo); um urgente convite a conversão, contido na pregação de João batista (2º domingo); o testemunho dado a Jesus pelo seu precursor (3º domingo); o anúncio do nascimento de Jesus a José e Maria (4º domingo)[5].

O primeiro domingo do advento nos orienta para a parusia final, ou seja, a última vinda do Senhor. O segundo e o terceiro nos chama a atenção para a vinda cotidiana do Senhor, em nosso dia a dia. O quarto domingo nos prepara para o nascimento de Jesus.

Durante os dias da semana, há duas séries de leituras: uma que vai do início até o dia 16 de dezembro, e outra que vai do dia 17 ao dia 24 de dezembro.

A série das leituras feriais, na primeira parte do advento, apresentam os sinais e as características do reino messiânico e as condições para nele entrar; na segunda parte (as férias entre os dias 17 e 24 de dezembro), há uma preparação direta ao Natal... As duas leituras, a profética e a evangélica, foram escolhidas de modo a evidenciar a relação de unidade e cumprimento entre Primeiro e Segundo Testamento[6].

Na primeira série lê-se o livro de Isaías, segundo a ordem do livro, incluindo os textos lidos nos domingos. Os textos do Evangelho destes dias estão relacionados com a primeira leitura. A partir da quinta-feira da segunda semana do advento, começam as leituras do Evangelho sobre João Batista e a primeira leitura é continuação do livro de Isaías ou outro texto relacionado com o Evangelho.

Na última semana antes do Natal, lêem-se os acontecimentos que preparam o nascimento de Jesus, tirados dos evangelhos de Mateus (capítulo 1) e de Lucas (capítulo 1). Para a primeira leitura lê-se diversos textos do Primeiro Testamento, levando em conta o Evangelho do dia.

6.2. A leitura da Palavra de Deus no tempo do Natal

Os textos bíblicos da missa da vigília do natal e das três missas do natal (noite, aurora e do dia), tanto os proféticos como os demais, foram tirados da tradição da igreja de Roma. Os textos dos dias festivos do tempo do natal (Natal, Epifania, Mãe de Deus...) nos ajudam a sintonizar com o mistério.

O evangelista que tem a primazia na solenidade do natal é Lucas, que narra a infância de Jesus. As leituras das três missas do natal são testemunhos dos evangelistas sobre o mistério. J. C. Cervera a este respeito escreve:

Lucas, o narrador do Evangelho da infância, oferece a proclamação da narrativa do nascimento do Messias e da adoração dos pastores, com textos que adquire uma súplica espiritual na missa da noite. João com a leitura do Prólogo que nos faz percorrer o caminho do Verbo que estava com o Pai e se fez carne[7].

Paulo fala da revelação da graça de Deus e de seu amor pelos homens, a caridade que se manifesta no natal. O autor da carta aos Hebreus mostra em Cristo a Palavra definitiva do Pai que nos fala no Filho.

A. Bergamini afirma que:

O texto da carta aos Hebreus apresenta-nos um quadro sintético da história da salvação, na qual Deus falou continuamente ao homem, até o dia em que a sua Palavra revelou-se completamente em Cristo, Filho de Deus encarnado. Partindo desse evento, o autor nos introduz no mistério da pessoa do recém-nascido Redentor, contemplado já sob a luz da Páscoa[8].

G. Ramis diz que: “o tema fundamental do lecionário das festas e férias do ciclo do natal-epifania é o da manifestação do Senhor: manifesta-se o Senhor para salvar-nos. Todas as leituras desenvolvem, explicam e ilustram esse tema em torno do qual estão estruturadas”[9].

Durante os dias da semana o Ordo Lectionum Missae diz o seguinte:

Desde o dia 29 de dezembro, faz-se uma leitura contínua de toda a primeira carta de São João, que já se começou a ler no dia 27 de dezembro, festa do mesmo São João, e no dia seguinte, festa dos santos inocentes. Os Evangelhos referem-se às manifestações do Senhor. Lêem-se os acontecimentos da infância de Jesus, tirados do evangelho de São Lucas (dias 29 e 30 de dezembro), o primeiro capítulo do evangelho de São João (31 de dezembro e 5 de janeiro), e as principais manifestações do Senhor, retiradas dos quatro evangelhos (7 a 12 de janeiro)[10].

6.3. A leitura da Palavra de Deus no tempo da Quaresma

O tempo da quaresma tem por finalidade prepara a festa da Páscoa. A liturgia da quaresma conduz a comunidade para a celebração do mistério pascal de Jesus Cristo, lembrando o batismo e a penitência. A quaresma tem seu início na quarta-feira de cinzas e encerramento na quinta-feira da Ceia do Senhor. Este tempo é composto por cinco domingos da quaresma, sento que no sexto domingo da quaresma celebra-se o domingo de ramos e da paixão do Senhor. Na quinta-feira santa, a noite, tem início o tríduo pascal.

O Lecionário dominical é muito amplo e articulado nos três ciclos anuais (A-B-C). Nos cinco domingos que precedem a semana santa, são proclamados quarenta e cinco textos bíblicos.

As leituras do Primeiro Testamento podem ser distribuídas em três grupos:

1. Textos que apresentam a história da salvação (a aliança; a vocação de Abraão; o êxodo; o deserto e a história de Israel);
2. Textos que proclamam a lei, ou seja, os deveres para com a aliança;
3. Textos com os apelos dos profetas em relação a conversão e ao arrependimento.

O Ordo Lectionum Missae em relação às leituras do Primeiro Testamento diz o seguinte: “As leituras do Primeiro Testamento referem-se à história da salvação que é um dos temas próprios da catequese quaresmal. Cada ano há uma série de textos que apresentam os principais elementos desta história, desde o princípio até a promessa da nova aliança”[11].

As leituras das cartas dos Apóstolos foram escolhidas de modo que tenha relação com as leituras do Evangelho e do Primeiro Testamento, para que haja conexão entre elas. Elas devem concordar tematicamente com as demais leituras.
As leituras do Evangelho no tempo da quaresma nos dois primeiros domingos estão centrados em Cristo tentado e transfigurado; nos demais domingos nos preparam mais diretamente para o batismo e para a renovação das promessas na noite pascal. O Lecionário Dominical para o tempo da quaresma nos propõe três itinerários:

1. Ano A – Quaresma batismal: retoma os grandes temas batismais do antigo lecionário romano;
2. Ano B – Quaresma cristocêntrica: propõe uma série de textos centrados no mistério da cruz gloriosa de Jesus Cristo segundo o evangelho de João.
3. Ano C – Quaresma penitencial: com textos de Lucas, coloca em relevo a misericórdia de Deus e o convite para acolhê-la e converter-se.

Para as leituras do domingo de ramos (sexto domingo da quaresma), foram escolhidos textos que fazem referência a entrada solene de Jesus em Jerusalém para a procissão de ramos. A proclamação da paixão de Jesus neste domingo é tirada dos evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas) segundo o ciclo anual (A-B-C). O relato da paixão segundo João ficou reservado para a sexta-feira santa de cada ano.

Para os dias da semana, o Lecionário Semanal é bastante variado na escolha dos textos bíblicos. Nas primeiras três semanas são apresentados os grandes temas quaresmais: caridade, jejum, perdão, serviço, humildade, etc. Os textos do Primeiro Testamento estão sempre em relação com o Evangelho.

Nas duas últimas semanas, com a leitura do evangelho de João, a temática está centrada na pessoa de Jesus Cristo, suas palavras e obras. A leitura do quarto evangelho combinando com os textos do Primeiro Testamento que apresentam a figura do servo sofredor, nos convidam a celebrar a paixão do Senhor.

6.4. A leitura da Palavra de Deus no Tríduo Pascal (Ceia do Senhor, Paixão e Vigília Pascal)

6.4.1. Quinta-feira Santa: Ceia do Senhor

As leituras nos falam do rito pascal do Primeiro e do Segundo Testamento, tendo como centro a ceia pascal que Jesus celebrou com seus discípulos.

Na quinta-feira santa, na missa vespertina, a recordação do banquete que precedeu o êxodo ilumina, de maneira especial, o exemplo de Cristo ao lavar os pés dos discípulos e as palavras de Paulo sobre a instituição da Páscoa cristã na Eucaristia[12].

E. Aliaga diz que: “As leituras falam-nos do rito pascal do Primeiro e do Segundo Testamento tendo como núcleo a ceia pascal celebrada por Jesus com seus discípulos, que serve de eixo a páscoa hebraica e a cristã”[13].

A primeira leitura narra a instituição do rito memorial dos acontecimentos do Êxodo, que anunciaram e prefiguraram a Páscoa de Cristo; na segunda leitura Paulo nos dá a descrição e o sentido da instituição da ceia pascal cristã, celebrada por ordem do Senhor. O Evangelho está intimamente ligado as duas leituras anteriores, e as ilumina com a figura de Cristo, que se fez servo lavando os pés de seus discípulos.

6.4.2. Sexta-feira Santa: Paixão do Senhor

A ação litúrgica deste dia comporta três partes: liturgia da Palavra, adoração da cruz e comunhão dos fiéis. Neste dia não se celebra a eucaristia. São distribuídas as hóstias consagradas na noite anterior na missa da ceia.
A liturgia da Palavra possui três leituras: a primeira do profeta Isaías, a segunda da carta de Paulo aos Hebreus e no Evangelho é proclamado o relato da paixão segundo João.

O Ordo Lectionum Missae diz que: “A ação litúrgica da sexta-feira santa chega ao seu momento culminante no relato segundo São João da paixão daquele que, como o Servo do Senhor, anunciado no livro de Isaías, tornou-se realmente o único sacerdote a oferecer-se a si mesmo ao Pai”[14].

A primeira leitura é o quarto cântico do servo do Senhor, o justo que morreu pelo povo. O Segundo Testamento verá nesse servo sofredor o próprio Cristo que dá sua vida pela salvação da humanidade. Na segunda leitura tirada da carta aos Hebreus afirma-se que Jesus viveu a profundeza da desolação humana, mas por sua obediência foi atendido por Deus. O Evangelho é tirado do relato da paixão segundo João. Este texto não é somente o relato da história da paixão de Jesus, não diz apenas o que aconteceu, mas, sobretudo, o que significa.

6.4.3. Vigília Pascal

A vigília pascal, celebrada na noite de sábado, nos propõe sete leituras do Primeiro Testamento, que lembram as maravilhas de Deus na história da salvação, duas do Segundo Testamento da carta de São Paulo e o anúncio da ressurreição, segundo os três evangelhos sinóticos[15].

Conforme Bergamini, “estas leituras nos introduzem no significado e na relevância que a Páscoa tem na vida da Igreja e de todo cristão”[16]. Cada uma das nove leituras desta missa é acompanhada por um responsório: um salmo ou um cântico do Primeiro Testamento.

Na primeira leitura lemos o relato da criação; na segunda leitura o sacrifício de Isaac; na terceira leitura a passagem do Mar Vermelho; na quarta leitura a renovação das núpcias de Deus com Israel – a nova Jerusalém; na quinta leitura a salvação oferecida gratuitamente a todos os homens; na sexta leitura Israel volta para Deus, fonte de sabedoria; na sétima leitura, dispersão, reunião e purificação de Israel – um novo coração; a oitava leitura é tirada de Paulo aos Romanos e faz uma relação entre o batismo e a ressurreição de Jesus. O texto do Evangelho é mudado conforme o ciclo anual: ano A é lido o texto de Mateus, no ano B Marcos e no ano C lemos o texto de Lucas.

Para compreender este quadro de leituras é preciso também ter em mente a estrutura da própria celebração da vigília pascal: a liturgia da luz, em torno do círio pascal; a liturgia da Palavra com suas nove leituras, podendo ser reduzidas apenas por verdadeiras necessidades, pois a Palavra de Deus nesta celebração é de fundamental importância; a liturgia batismal e a liturgia eucarística.

6.4.4. O Domingo da Páscoa

A liturgia do dia da Páscoa celebra o evento pascal. As leituras bíblicas contêm o anuncio pascal e um chamado ao empenho da vida nova em Cristo ressuscitado.

Para a missa do dia da Páscoa propõe-se a leitura do Evangelho de São João sobre o sepulcro vazio. Pode-se ler também, caso se prefira, os textos dos evangelhos propostos para a noite santa, ou, quando houver missa vespertina, a narração de Lucas sobre a aparição aos discípulos que iam para Emaús. A primeira leitura é retirada dos Atos dos Apóstolos, que se lêem durante o tempo pascal, em vez da leitura do Segundo Testamento. A leitora dos Apóstolos refere-se ao mistério da Páscoa vivido na Igreja[17].


6.5. A leitura da Palavra de Deus no Tempo Pascal

É importante dizer que os domingos que seguem o domingo da Ressurreição, não são chamados “domingos depois da páscoa” mas sim “domingos da Páscoa”. Isto quer dizer que nesses domingos a Páscoa é prolongada durante cinqüenta dias, encerrando com a solenidade de pentecostes.

Nestes domingos temos a predominância do evangelho de João nos três anos do ciclo anual. Os Atos dos Apóstolos na primeira leitura; na segunda leitura, no ano A faz-se a leitura da primeira carta de Pedro; no ano B faz-se a leitura da primeira carta de João e no ano C faz-se a leitura do Apocalipse de João.

O tempo pascal é composto por sete domingos, sendo que no Brasil celebramos a solenidade da Ascensão do Senhor no sétimo domingo da páscoa. No domingo seguinte ao sétimo, celebra-se a solenidade de pentecostes, encerrando o período pascal.

Vale-nos aqui as indicações do Ordo Lectionum Missae:

Até o terceiro domingo da Páscoa, as leituras do Evangelho relatam as aparições de Cristo ressuscitado. As leituras do bom Pastor são proclamadas no quarto domingo da Páscoa. No quinto, sexto e sétimo domingo da Páscoa lêem-se passagens escolhidas do discurso e da oração do Senhor depois da última ceia.
A primeira leitura é tirada dos Atos dos Apóstolos, no ciclo dos três anos, de modo paralelo e progressivo; dessa forma, em cada ano oferecem-se algumas manifestações da vida, testemunho e progresso da Igreja primitiva.
Para a leitura apostólica, no ano A, lê-se a primeira epístola de São Pedro; no ano B, a primeira epístola de São João, e no ano C, o Apocalipse; estes textos estão de acordo com o espírito de uma fé alegre e uma firme esperança, próprios deste tempo[18].

Para os dias da semana a primeira leitura é tirada dos Atos dos Apóstolos, como nos domingos. No Evangelho, dentro da oitava da Páscoa, lêem-se os relatos das aparições do Senhor. Depois, faz-se a leitura semicontínua do evangelho de João, dos textos de cunho pascal, para completar a leitura já começada na quaresma. Ocupa grande parte, nessa leitura pascal, o discurso e a oração de Jesus depois da ceia.

6.5.1. Solenidade da Ascensão do Senhor

Como já havíamos falado, a solenidade da Ascensão do Senhor é celebrada aqui no Brasil no dia de domingo, ocupando deste modo o sétimo domingo da páscoa.

A solenidade da Ascensão conserva como primeira leitura a narração do evento segundo os Atos dos Apóstolos, e este texto é completado pelas leituras apostólicas acerca do Cristo elevado à direita do Pai. Na leitura do Evangelho cada ciclo apresenta o texto próprio segundo as variantes de cada evangelista[19].

A primeira leitura dos Atos dos Apóstolos contém a narrativa da Ascensão de Jesus com a promessa do Espírito Santo. A segunda leitura, da carta aos Efésios, dá à festa da Ascensão o mesmo sentido eclesial já notado para a Páscoa. Para a leitura do Evangelho são propostos três textos seguindo o ciclo anual: ano A é lido o texto de Mateus; no ano B, lê-se Marcos e no ano C Lucas.

6.5.2. Solenidade de Pentecostes

A solenidade de Pentecostes encerra o ciclo pascal. Nele celebra-se a vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos. A Palavra de Deus proclamada nesta solenidade nos dá a dimensão de Pentecostes: um evento divino acontecido na história através de sinais externos e internos:
1. Sinais externos: por meio do vento impetuoso, do fogo, da compreensão das línguas e da primeira manifestação da Igreja;
2. Sinais internos: todos aqueles que são batizados no único Espírito obtêm a remissão dos pecados e formam um só corpo, o Corpo de Cristo.

O Lecionário Dominical nos oferece textos bíblicos para as duas missas que se celebra nessa solenidade: a missa da vigília e a missa do dia.

Na missa que se celebra na tarde da vigília de Pentecostes oferecem-se quatro textos do Primeiro Testamento, para que se escolha um deles, que ilustram o múltiplo significado da solenidade. A leitura apostólica explica como o Espírito realiza a sua função na Igreja. Finalmente, a leitura evangélica recorda a promessa do Espírito feita por Cristo, quando ainda não havia sido glorificado.

Na missa do dia, toma-se como primeira leitura a narração que nos fazem os Atos dos Apóstolos do grande acontecimento de Pentecostes, ao passo que os textos dos apóstolos manifestam os efeitos da atuação do Espírito na vida da Igreja. a leitura evangélica traz à memória como Jesus, na tarde do dia da Páscoa, torna os discípulos participantes do Espírito, ao passo que os outros textos opcionais tratam da ação do Espírito nos discípulos e na Igreja[20].

6.6. A leitura da Palavra de Deus no Tempo Comum

No Ano Litúrgico além dos dois ciclos fortes (Ciclo do Natal e Ciclo Pascal), temos o Tempo Comum. A. Bergamini diz que:

Além dos tempos que possuem características próprias, existem trinta e três ou trinta e quatro semanas, durante o curso do ano, nas quais não se celebram aspectos particulares do mistério de Cristo; nelas, o mistério é venerado em sua globalidade, especialmente nos domingos. Este período chama tempo “per annum”[21].

O tempo comum está dividido em duas partes: a primeira inicia na segunda-feira após o Batismo do Senhor e encerra na terça-feira antes da celebração de cinzas. Retorna na segunda-feira depois de Pentecostes e termina com as vésperas do primeiro domingo do Advento.

6.6.1. As leituras dominicais

O Lecionário Dominical possui leituras para os trinta e quatro domingos do Tempo Comum. Nesse tempo vamos encontrar algumas solenidades que são celebradas em dia de domingo. Elas substituem o domingo do tempo comum. Quanto a estas celebrações não entraremos em detalhes pois, mereceria muito mais tempo para nos dedicarmos a cada uma em particular.

a) Os Evangelhos dominicais

No segundo domingo do Tempo Comum, o evangelho ainda faz referência à manifestação do Senhor, celebrada na Epifania, alternando-se nos três anos do ciclo anual. A partir do terceiro domingo faz-se uma leitura semicontínua dos evangelhos sinóticos (Mateus – ano A, Marcos – ano B e Lucas – ano C), que acompanha o sucessivo desenvolvimento da vida e pregação de Jesus. Aproximando-se o fim do Ano Litúrgico, as leituras terão caráter escatológico nos últimos domingos.
No ano B (Marcos), são inseridos depois do décimo sexto domingo alguns textos tirados do evangelho de João, especificamente o capítulo 6, discurso sobre o pão da vida.



b) As leituras do Primeiro Testamento (primeira leitura)

Os textos bíblicos tirados do Primeiro Testamento foram escolhidos de modo a terem ligação com os evangelhos. São leituras breves e fáceis. Foram inseridos no Lecionário sem uma ordem lógica, para que pudessem ter facilmente referência com o texto do Evangelho.

Ao selecionar as leituras procurou-se, na medida do possível, fazer que fossem breves e fáceis. Mas previu-se, também, que nos domingos fosse lido o maior número possível dos textos mais importantes do Primeiro Testamento. Estes textos foram distribuídos sem uma ordem lógica, atendendo apenas à sua relação com o Evangelho; todavia, o tesouro da Palavra de Deus ficará de tal forma aberto que todos os que participam da missa dominical conhecerão quase todas as passagens mais importantes do Primeiro Testamento[22]

c) As leituras das Cartas dos Apóstolos (segunda leitura)

Para a segunda leitura dominical, é feita a leitura semicontínua das cartas de Paulo e Tiago. As cartas de Pedro e João são lidas no tempo pascal e no tempo do natal.

A primeira carta aos Coríntios, por ser longa, foi distribuída nos três anos do ciclo, no início do Tempo Comum. A carta aos Hebreus também foi dividida em duas partes, uma para o ano B e outra para o ano C.

Os textos bíblicos das cartas dos Apóstolos escolhidos para os domingos do Tempo Comum são breves e não muito difíceis, para facilitar a compreensão de todos. Para perceber como estão distribuídas no Lecionário, basta recorrer a tabela que se encontra no mesmo[23].

6.6.2. As leituras nos dias da semana

O Lecionário Semanal divide a primeira leitura num ciclo de dois anos (anos pares e anos ímpares). Os textos dos Evangelhos são repetidos todos os anos.

Os Evangelhos estão organizados de tal modo que se lê em primeiro lugar o evangelho de Marcos (1ª a 9ª semana). Lê-se dos capítulos 1 a 12 de Marcos por inteiro, com exceção de alguns versículos do capítulo 6. Depois é lido o evangelho de Mateus (10ª a 21ª semana), e finalmente faz-se a leitura do evangelho de Lucas (22ª a 34ª semana). De Mateus e Lucas são lidos tudo o que não se encontra em Marcos.

Na primeira leitura serão alternados textos tanto do Primeiro como do Segundo Testamento, várias semanas cada um, conforme a extensão dos livros lidos.

Cartas dos Apóstolos: são lidas partes amplas das cartas dos Apóstolos, de modo que se possa captar o seu conteúdo essencial. São deixados de lado trechos quem possuem pouca utilidade pastoral. “Dos livros do Segundo Testamento lê-se uma parte bastante notável, procurando dar uma visão substancial de cada uma das cartas”[24].

Para os textos do Primeiro Testamento deu-se preferência aos trechos que ressaltam melhor a característica própria de cada livro. Quase todos os livros do Primeiro Testamento aparecem no Lecionário. Foram deixados de lado os livros de Abdias, Sofonias, Cântico dos Cânticos, Ester e Judite. Porém alguns trechos destes livros são lidos nos demais tempos litúrgicos. Podemos encontrar uma tabela com os livros do Primeiro Testamento lidos na primeira leitura dos dias da semana no Lecionário Dominical[25].

6.7.3. Leituras para as Solenidades do Senhor no Tempo Comum

Algumas solenidades e festas do Senhor não possuem data fixa no calendário litúrgico. Por sua natureza e pelo que motivou sua origem, elas não estão ligadas aos tempos fortes do ano litúrgico, e por isso, são celebradas no decorrer do Tempo Comum.

O Ordo Lectionum Missae a respeito destas solenidades diz o seguinte:

Para as solenidades da Santíssima Trindade, do Santíssimo Sacramento do Corpo e do Sangue de Cristo e do Sagrado Coração de Jesus escolheram-se alguns textos que correspondem às principais características destas celebrações. As leituras do 34º e último domingo celebram Jesus Cristo, Rei do Universo, esboçado na figura de Davi, proclamado no meio das humilhações da paixão e da cruz, reinante na Igreja, e que deve voltar no fim dos tempos[26].

7. Conclusão

Vamos deixar de lado a leitura da Palavra de Deus nas solenidades de Nossa Senhora e no culto aos Santos. Compreendendo bem o que refletimos a cima, ficará mais fácil entender os textos escolhidos para estas solenidades e festas. Eles se encontram distribuídos nos Lecionários Dominical e Santoral. Para o conhecimento dos textos bíblicos destas celebrações basta recorrer aos referidos lecionários.

Não buscamos refletir os textos bíblicos em si. Ficaria muito extenso nosso trabalho. Nem foi preocupação a citação das passagens bíblicas de cada domingo ou dia da semana. Para isso, procurem manusear os próprios lecionários.

Nossa intenção foi a de compreender a lógica da escolha dos textos bíblicos para as celebrações no decorrer do Ano Litúrgico e sua finalidade. Espero que isso possa ajudá-los no desenvolvimento de tão importante ministério na Igreja: de proclamadores da Palavra de Deus na liturgia.

Que o Senhor esteja na mente de cada um de vocês, para que possam compreender sua Palavra, em seus corações, para vivê-la, e em suas bocas, para que vocês possam proclamá-la com dignidade.

Paz!
















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[1] Presbítero da Diocese de Santo André – SP, Especialista em Liturgia pelo Centro de Liturgia e Mestrando em Liturgia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP.
[2] PALUDO, Faustino e D’ANNIBALE, Miguel Angel. A Palavra de Deus na celebração. In: CELAM. Manual de Liturgia II. São Paulo: Paulus, 2005, p.176.
[3] PAULO VI, Exortação Apostólica Marialis Cultus, n. 12.
[4] CNBB. Introdução geral do Missal Romano e Introdução ao Lecionário – texto oficial. Brasília: Ed. CNBB, 2008, p. 219.
[5] BERGAMINI, Augusto. Cristo, festa da Igreja: o Ano Litúrgico. São Paulo: Paulinas, 1994, p. 180.
[6] Ibidem., p. 180.
[7] CERVERA, Jesús Castellano. L’Anno Liturgico: memoriale di Cristo e mistagogia della chiesa. Roma: “Mater Eccelsiae”, 1987, p. 164.
[8] BERGAMINI, Augusto. Cristo, festa da Igreja. p. 201.
[9] RAMIS, G. Ano Litúrgico: ciclo do Advento – Natal – Epifania. In: BOROBIO, Dionisio. A celebração na Igreja 3: ritmos e tempos da celebração. São Paulo: Loyola, 2000, p. 170.
[10] CNBB. Introdução Geral ao Missal Romano... p. 239.
[11] Ibidem., p. 240.
[12] CNBB. Introdução Geral do Missal Romano... p. 241.
[13] ALIAGA, E. O Tríduo Pascal. In: A celebração na Igreja 3. p. 104.
[14] CNBB. Introdução Geral do Missal Romano... p. 241.
[15] Cf. CNBB. Introdução Geral do Missal Romano... p. 241.
[16] BERGAMINI, A. Cristo, festa da Igreja... p. 359.
[17] CNBB. Introdução Geral do Missal Romano... p. 242.
[18] CNBB. Introdução Geral do Missal Romano... p. 242.
[19] Ibidem., p. 243.
[20] CNBB. Introdução Geral do Missal Romano... p. 243.
[21] BERGAMINI, A. Cristo, festa da Igreja... p. 415.
[22] CNBB. Introdução Geral do Missal Romano... p. 246.
[23] Cf. Lecionário Dominical, Tabela II. p. 46.
[24] CNBB. Introdução Geral do Missal Romano... p. 248.
[25] Cf. Lecionário Dominical, Tabela III. p. 47.
[26] CNBB. Introdução Geral do Missal Romano... p. 247.