sexta-feira, 20 de agosto de 2010


Escola de Liturgia:
uma proposta formativa


O 6º Plano Diocesano de Pastoral contempla em suas prioridades o “fortalecimento e criação de Escolas de Liturgia para uma formação permanente”. A questão da formação litúrgica constitui um desafio permanente em nossas comunidades em todos os âmbitos da ação pastoral, abrangendo deste o presbítero, equipes responsáveis pelas celebrações até aos mais simples fiéis que participam de nossa liturgia. Para alcançarmos o objetivo proposto já antes pelo Concílio Vaticano II, em sua constituição sobre a Sagrada Liturgia Sacrosanctum Concilium, objetivo este que é a participação plena, consciente, ativa e frutuosa (cf. SC 11, 14 e 30) de todo o povo na liturgia, é preciso formar nosso povo para celebrar bem. A própria constituição ao tratar da questão da formação afirma seu desejo “A Igreja deseja ardentemente que todos os fiéis participem das celebrações de maneira consciente e ativa” (SC 14) e para isto devemos buscar todos os meios para tal participação.

Evidentemente que a questão da formação litúrgica passa necessariamente pela formação dos futuros presbíteros. “Deve-se, antes de tudo, dar uma boa formação litúrgica aos clérigos” (SC 14), pois estando a frente de nossas comunidades, o padre é o primeiro responsável pela formação litúrgica dos fiéis.

Por muito tempo a liturgia não era considerada uma disciplina importante nos cursos de teologia. Davam-se apenas as normas para que o futuro padre pudesse presidir bem a celebração. De uns tempos para cá, as atenções tem se voltado para a liturgia como uma disciplina de importância fundamental na formação dos futuros padres. A própria disciplina teve que passar por uma longa trajetória até ser reconhecida como disciplina teológica e não simplesmente como um conjunto de regras e normas para a execução dos rituais litúrgicos. Hoje já podemos contemplar a liturgia vista como teologia, teologia litúrgica.

É consonante em nossas comunidades a urgência de promover uma adequada formação litúrgica de todo o povo para a celebração. Esta formação pode ser dada de vários modos. O principal meio é realizar verdadeiras celebrações litúrgicas, no seu modo mais puro, fazendo que a comunidade reunida possa experimentar a Mistério de Cristo celebrado. “A liturgia mal celebrada causa frequentemente o afastamento dos fiéis” (CNBB, doc. 43, n. 191). Outro meio de formação litúrgica, que, aliás, tem voltado à tona nos últimos anos e nas reflexões no âmbito da teologia litúrgica, é a catequese mistagógica, que ajuda a cada fiel penetrar no Mistério Pascal através da ação ritual.

Outra forma de promover a formação litúrgica, bastante utilizada em diversas comunidades, inclusive em nossa Diocese de Santo André, são as “Escolas de Liturgia”. Estas podem acontecer em diversas instâncias: pode-se ter uma escola de liturgia diocesana, uma regional e principalmente a escola de liturgia paroquial. As anteriores devem dar suportes para que a verdadeira formação litúrgica aconteça na comunidade paroquial. Esta escola de liturgia deve proporcionar aos fiéis um profundo conhecimento da liturgia, de suas raízes bíblico-patrísticas, sua história e formação, a liturgia na Tradição e Magistério da Igreja, sua teologia, sacramentalidade, ritualidade, ministerialidade, etc. A liturgia é a celebração do Mistério Pascal de Cristo tornado atual, presente na vida e na realidade do povo. Por isto, deve-se ter em conta a realidade sócio-econômica e cultural da comunidade onde se celebra. A liturgia não pode estar desconectada da vida.

No âmbito diocesano e regional, haverá certamente pessoas responsáveis pela implantação e coordenação das escolas de liturgia, assessoradas pela comissão diocesana e regional. Mas na paróquia, o ideal é começar com um grupo de pessoas, que se encontrem mensalmente para discutir e aprofundar o conhecimento da liturgia. Pode começar estudando a estrutura da missa e dos demais rituais, o ano litúrgico, os símbolos e objetos litúrgicos, os ministérios litúrgicos e daí por diante. O importante é que todos, aos poucos, vão se integrando e interessando pela formação litúrgica. Esta formação pode se dar por meio do estudo dos documentos da Igreja, pelo próprio ritual, por assessores formados na área, etc.

Porém, quando falamos de formação litúrgica, inevitavelmente devemos abordar a pastoral litúrgica, pois esta é, junto com o padre, responsável pela formação da comunidade. “A grande tarefa desta equipe é dinamizar um processo de formação de todos os participantes da liturgia, visando, de um lado, que a celebração seja sempre mais expressiva e, de outro, o enriquecimento espiritual de todo o povo” (CNBB, doc. 43, n. 189). É importante que a comunidade possa distinguir de um lado, a liturgia bem celebrada, e do outro, os exageros e deformações que constantemente temos acompanhados em diversas celebrações. Cada comunidade deve se esforçar para que haja a pastoral litúrgica, e que esta, no exercício de suas funções, possa promover uma verdadeira e adequada formação litúrgica, não apenas para os membros das equipes, mas para toda a comunidade paroquial.

Quanto a estrutura da escola de liturgia, cronograma e temas a serem trabalhados, cada comunidade deve elaborar conforme suas reais necessidades e lacunas. Não é possível padronizar uma formação, isto porque, ela deve levar em conta a realidade concreta de cada comunidade. O importante é começar.

Precisamos fazer a celebração mais autêntica, unida à vida. Para isto é preciso formar. Por esta razão, nos empenhemos para promover a formação litúrgica de nosso povo, para podermos celebrar o mistério de Cristo atuando em nossa história e em nossa vida.


Pe. Cristiano Marmelo Pinto.



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liturgia.cmp@uol.com.br

Amizade...












AMOR AO PÉ DO ALTAR

Existem rios que não secam, nem suas águas diminuem,
Porque de onde eles fluem, há uma fonte perene.
Existem riachos tão limpos, que mesmo se alguém os turva
Em pouco tempo se limpam. Seu leito não vem da lama.

Existem amores tristes que já nem mais são amores.
Não deu certo aquele sim.
Arrastam sua existência sem saber qual o seu fim.

Eu, por mim, ainda creio nos amores mais serenos,
Que não nascem de repente, e foram cultivados,
Passo a passo, palmo a palmo, tranqüilos e sem venenos
pensados, dialogados, orados e acompanhados.
Amores sem ameaças, sem "dá cá" "quero o que é meu"
E que não são possessivos, porque o "nós" é mais que o "eu"

Existem amores puros, bonitos de a gente ver
Dá pra ver que tem ternura, paciência e mansidão
Cede ela, cede ele, e quem tiver que ceder,
Mas ninguém é derrotado, pois não é competição.

O amor quando é delícia, tem um pouco de malícia,
pois não é amor ingênuo
mas tem seu lado inocente, insistente , persistente,
de apostar que vai dar certo, se o outro estiver por perto,
mesmo que venham problemas.
O amor supera os dilemas.

Existem amores santos, voltados para o infinito.
É o amor mais bonito que se possa imaginar
Os dois se querem com fome,
Sonham misturar seus nomes, seus corpos e corações
Sonham gerar novas vidas, querem ser parte de um todo
Pois acreditam que o céu tem algo a ver com os dois.
Alguém maior do que tudo queria os dois numa carne
Num encontro de ternura, mergulho de sentimentos,
coisa de almas maduras.

Existem bons casamentos e casamentos feridos.
Bons quando os dois conseguem
Ser esposa e ser marido.
Feridos se um deles erra, e às vezes os dois erraram
Ele não é para ela, e nem ela é para ele
A paz que tanto sonharam.

Não deu certo aquela casa, rachou, fendeu, não protege
Não tem mais chance nenhuma, não progrediu, não se rege.
Uma das vigas da casa, algumas vezes as duas
Perderam a sua força, não tiveram paciência
Perderam a inocência, não souberam suportar
E destelharam a casa, foram fundar outro lar.
Felizes aquelas almas que ainda sonham bonito
Dentro de um sonho infinito
Maior que os dois sonhadores
Pois estes são os amores que acabam dando certo

É que eles sonham de perto,
um vendo o outro sonhar
e o sonho é tão delicioso, que na hora de acordar
querem sonhar mais um pouco
De sonhos e de esperanças , e de bem-aventuranças,
De perdão e sacrifícios, de paciência e ternura
E do colo um do outro o casamento foi feito.

Mas se vai embora a ternura, e vem as palavras duras
as exigências terríveis e as cobranças impossíveis,
"Você não faz nada por mim" "Me prove que ainda me ama"
"Não vale a pena esta cama" "Não vale a pena nós dois"
"Você não é mais aquela" "Você que não é aquele"
Acabou o sentimento, acabou o casamento,
O barco está soçobrando, um dos dois está sobrando,
O amor não está queimando e nem mesmo há fogo brando.

Aí a gente se assusta, pois quando um amor se apaga
duas estrelas se apagam no céu da comunidade.
Por mais que se reacendam em qualquer outro lugar
Fica a lembrança do barco que não conseguiu chegar.

Que o amor de vocês dois, que é feito de tantos sonhos
Tenha um futuro risonho, e se surgirem dilemas
Não importam os problemas, vocês irão resolver
Com meus amigos eu acho que vocês dois são riachos
cujo encontro foi perfeito
foram limando os defeitos e o que sobrou é bonito
há um amor infinito, brilhando agora nos dois

E a gente que veio à festa, lhes dá um beijo na testa
E os abençoa serena. Amor assim vale a pena.
Sejam felizes pra sempre.

Se não pedir demais, arranjem um, dois ou mais
queridos como vocês , pois onde houver dois ou três,
Jesus vai estar no meio. Foi pra isso que Ele veio
Pra santificar a gente.

Parabéns , vocês se amam.
Coragem , vão precisar.
Mas do jeito que se amam,
Continuem a sonhar
Tem Deus neste casamento.
Por isso é um sacramento !


Pe. Zezinho, scj
www.padrezezinhoscj.com