Espiritualidade Conjugal e o
Sacramento do Matrimônio
O papa João Paulo II, num discurso aos bispos americanos sobre o caráter sagrado do matrimônio dizia:
“A vida da família é santificada pela união do homem e da mulher na instituição sacramental do matrimônio. Por conseguinte, é fundamental que o casamento cristão seja compreendido no seu interior sentido e seja apresentado ao mesmo tempo como uma instituição natural e como uma realidade sacramental”.
Para compreender o sacramento do matrimônio em sua plenitude, é preciso entender que o matrimônio é ao mesmo tempo:
1. Um Sacramento;
2. Um sistema de valores;
3. Uma comunidade;
4. Um itinerário espiritual.
A relação do homem e da mulher no casamento é comparada ao amor de Jesus por sua esposa, a Igreja. Jesus passou a sua vida terrena ensinando e praticando os valores fundamentais nas relações humanas. Ele primava pela importância de se constituir comunidade. Ele mesmo nos mostrou que sua relação com o Pai e o Espírito Santo é “uma comunhão de amor”.
Para compreender a relação conjugal como relação de amor, precisamos estar abertos para entender a relação de amor que há entre as pessoas da Santíssima Trindade.
“Desde o princípio da criação Ele os fez homem e mulher. Por isso o homem deixará o seu pai e a sua mãe, e os dois serão uma só carne. De modo que já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu o homem não separe” (Marcos 10, 6-9).
Para o casal cristão, é importante viver o casamento como um sacramento. Num primeiro nível, o casamento sacramental entre cristãos celebra e proclama a íntima comunhão de vida e amor entre o homem e a mulher. Num nível mais profundo, a comunhão de vida e amor entre o homem e a mulher torna explícita e manifesta a íntima comunhão de vida, amor e graça que une Cristo a seu povo – a Igreja.
Recordando um pouco a história
Desde os tempos mais remotos, o casamento tem sido uma relação institucional e, a família, a unidade básica para a comunidade humana e para a continuidade e transmissão das heranças na sociedade.
A Sagrada Escritura fala constantemente deste assunto, desde Gênesis até as Bodas de Caná. Porém, foi Santo Agostinho, no século V, que enunciou os elementos e as obrigações, que mais tarde se tornam os fundamentos do sacramento.
Para Santo Agostinho, os três elementos essenciais do casamento eram: fidelidade, descendência e sacramento.
O Catecismo da Igreja Católica vai formular os três elementos essenciais da seguinte forma:
1. A unidade e a indissolubilidade do casamento;
2. A fidelidade do amor conjugal;
3. A aceitação da fecundidade. (C.I.C. 1644-1652)
Hoje em dia, acentua-se mais a importância do relacionamento mútuo e a maneira pela qual homem e mulher devem se amar e viver o cotidiano da vida conjugal.
Santo Tomás de Aquino, no século XIII, afirma que “a forma do matrimônio consiste na união inseparável dos espíritos, num casal engajado, numa amizade fiel”. Enquanto a procriação era considerada a finalidade primeira do casamento, não se dava muita importância no relacionamento do casal.
Foi somente nos últimos cinqüenta anos que o relacionamento do casal começou a ser aceito como sendo também uma finalidade primeira, de nível semelhante ao da procriação.
“Deus é amor, e os que vivem no amor vivem em Deus” (1João 4,16)
O matrimônio como comunidade
A vida da família é freqüentemente descrita como uma “Igreja Doméstica”. O matrimônio tem uma dimensão comunitária e não individual, por que só pode ser recebido por um casal, que constitui uma comunidade. Essa dimensão comunitária do matrimônio se estende à família e à sociedade. O amor conjugal é um amor para o outro e deve ser expressar na entrega total e incondicional.
Pe. Caffarel, fundador das Equipes de Nossa Senhora, movimento de espiritualidade conjugal afirma o seguinte:
“Este sacramento tem a característica de o seu sujeito não ser o indivíduo como nos demais sacramentos, mas sim o casal como tal. Com efeito, ele funda, consagra, santifica essa pequena sociedade, única em seu gênero, constituída pelo homem e pela mulher casados”.
Karl Rhaner, um grande teólogo católico, descreve o relacionamento no casamento do seguinte modo:
“Como é o amor de Deus que sustenta a Criação, que dá a vida e o amor aos seres humanos e que atrai tudo a Deus por esse amor, o amor entre duas pessoas pode levá-las a alcançar o outro no nível mais profundo do seu ser”.
O Código de Direito Canônico assim fala sobre o matrimônio:
“A aliança matrimonial, pela qual o homem e a mulher constituem entre si uma comunhão da vida toda, é ordenada por sua índole natural ao bem do casal, à geração e educação da prole, e foi elevada, entre os batizados, à dignidade de sacramento”.
Promessa mútua e dom da pessoa
O Sacramento do Matrimônio é uma promessa recíproca e a realização desse compromisso durante toda a vida do casal. Isso significa que o Senhor se torna presente por sua graça de uma forma nova e mais profunda no próprio momento da troca das promessas.
Significa também que Cristo se torna presente toda vez que os esposos mantiverem essas promessas, cada vez que se unirem, que se ajudarem, que se perdoarem e cada vez que se voltarem para os que estão em torno deles.
O Concílio Vaticano II, na Constituição Dogmática Gaudium et Spes, afirma que:
“O Salvador e Esposo da Igreja vem ao encontro dos cônjuges cristãos pelo sacramento do matrimônio. Permanece daí por diante com eles a fim de que, dando-se mutuamente, se amem com fidelidade perpétua, da mesma forma como Ele amou a sua Igreja e por ela se entregou” (GS, 48).
Vamos pensar um pouco?
1. Na qualidade de casal, quando tomam consciência da verdadeira presença de Cristo em suas vidas?
2. Como a percepção dessa presença de Cristo na vida conjugal muda o comportamento do casal?
3. “Comprometer-se por toda a vida é pertinente e necessário ao caráter sagrado do casamento”. Reflita sobre como isso é importante e qual a resposta como casal.
Sacramento do Matrimônio
O papa João Paulo II, num discurso aos bispos americanos sobre o caráter sagrado do matrimônio dizia:
“A vida da família é santificada pela união do homem e da mulher na instituição sacramental do matrimônio. Por conseguinte, é fundamental que o casamento cristão seja compreendido no seu interior sentido e seja apresentado ao mesmo tempo como uma instituição natural e como uma realidade sacramental”.
Para compreender o sacramento do matrimônio em sua plenitude, é preciso entender que o matrimônio é ao mesmo tempo:
1. Um Sacramento;
2. Um sistema de valores;
3. Uma comunidade;
4. Um itinerário espiritual.
A relação do homem e da mulher no casamento é comparada ao amor de Jesus por sua esposa, a Igreja. Jesus passou a sua vida terrena ensinando e praticando os valores fundamentais nas relações humanas. Ele primava pela importância de se constituir comunidade. Ele mesmo nos mostrou que sua relação com o Pai e o Espírito Santo é “uma comunhão de amor”.
Para compreender a relação conjugal como relação de amor, precisamos estar abertos para entender a relação de amor que há entre as pessoas da Santíssima Trindade.
“Desde o princípio da criação Ele os fez homem e mulher. Por isso o homem deixará o seu pai e a sua mãe, e os dois serão uma só carne. De modo que já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu o homem não separe” (Marcos 10, 6-9).
Para o casal cristão, é importante viver o casamento como um sacramento. Num primeiro nível, o casamento sacramental entre cristãos celebra e proclama a íntima comunhão de vida e amor entre o homem e a mulher. Num nível mais profundo, a comunhão de vida e amor entre o homem e a mulher torna explícita e manifesta a íntima comunhão de vida, amor e graça que une Cristo a seu povo – a Igreja.
Recordando um pouco a história
Desde os tempos mais remotos, o casamento tem sido uma relação institucional e, a família, a unidade básica para a comunidade humana e para a continuidade e transmissão das heranças na sociedade.
A Sagrada Escritura fala constantemente deste assunto, desde Gênesis até as Bodas de Caná. Porém, foi Santo Agostinho, no século V, que enunciou os elementos e as obrigações, que mais tarde se tornam os fundamentos do sacramento.
Para Santo Agostinho, os três elementos essenciais do casamento eram: fidelidade, descendência e sacramento.
O Catecismo da Igreja Católica vai formular os três elementos essenciais da seguinte forma:
1. A unidade e a indissolubilidade do casamento;
2. A fidelidade do amor conjugal;
3. A aceitação da fecundidade. (C.I.C. 1644-1652)
Hoje em dia, acentua-se mais a importância do relacionamento mútuo e a maneira pela qual homem e mulher devem se amar e viver o cotidiano da vida conjugal.
Santo Tomás de Aquino, no século XIII, afirma que “a forma do matrimônio consiste na união inseparável dos espíritos, num casal engajado, numa amizade fiel”. Enquanto a procriação era considerada a finalidade primeira do casamento, não se dava muita importância no relacionamento do casal.
Foi somente nos últimos cinqüenta anos que o relacionamento do casal começou a ser aceito como sendo também uma finalidade primeira, de nível semelhante ao da procriação.
“Deus é amor, e os que vivem no amor vivem em Deus” (1João 4,16)
O matrimônio como comunidade
A vida da família é freqüentemente descrita como uma “Igreja Doméstica”. O matrimônio tem uma dimensão comunitária e não individual, por que só pode ser recebido por um casal, que constitui uma comunidade. Essa dimensão comunitária do matrimônio se estende à família e à sociedade. O amor conjugal é um amor para o outro e deve ser expressar na entrega total e incondicional.
Pe. Caffarel, fundador das Equipes de Nossa Senhora, movimento de espiritualidade conjugal afirma o seguinte:
“Este sacramento tem a característica de o seu sujeito não ser o indivíduo como nos demais sacramentos, mas sim o casal como tal. Com efeito, ele funda, consagra, santifica essa pequena sociedade, única em seu gênero, constituída pelo homem e pela mulher casados”.
Karl Rhaner, um grande teólogo católico, descreve o relacionamento no casamento do seguinte modo:
“Como é o amor de Deus que sustenta a Criação, que dá a vida e o amor aos seres humanos e que atrai tudo a Deus por esse amor, o amor entre duas pessoas pode levá-las a alcançar o outro no nível mais profundo do seu ser”.
O Código de Direito Canônico assim fala sobre o matrimônio:
“A aliança matrimonial, pela qual o homem e a mulher constituem entre si uma comunhão da vida toda, é ordenada por sua índole natural ao bem do casal, à geração e educação da prole, e foi elevada, entre os batizados, à dignidade de sacramento”.
Promessa mútua e dom da pessoa
O Sacramento do Matrimônio é uma promessa recíproca e a realização desse compromisso durante toda a vida do casal. Isso significa que o Senhor se torna presente por sua graça de uma forma nova e mais profunda no próprio momento da troca das promessas.
Significa também que Cristo se torna presente toda vez que os esposos mantiverem essas promessas, cada vez que se unirem, que se ajudarem, que se perdoarem e cada vez que se voltarem para os que estão em torno deles.
O Concílio Vaticano II, na Constituição Dogmática Gaudium et Spes, afirma que:
“O Salvador e Esposo da Igreja vem ao encontro dos cônjuges cristãos pelo sacramento do matrimônio. Permanece daí por diante com eles a fim de que, dando-se mutuamente, se amem com fidelidade perpétua, da mesma forma como Ele amou a sua Igreja e por ela se entregou” (GS, 48).
Vamos pensar um pouco?
1. Na qualidade de casal, quando tomam consciência da verdadeira presença de Cristo em suas vidas?
2. Como a percepção dessa presença de Cristo na vida conjugal muda o comportamento do casal?
3. “Comprometer-se por toda a vida é pertinente e necessário ao caráter sagrado do casamento”. Reflita sobre como isso é importante e qual a resposta como casal.
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Pe. Cristiano Marmelo Pinto
Palestra para o Encontro dos Casais com o Padre
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