segunda-feira, 2 de agosto de 2010


O Rito da Paz


Em nossa liturgia, logo após a oração do Pai-Nosso, temos o rito da paz. Trata-se de uma oração feita pelo padre que, de braços abertos, diz em voz alta:

Senhor Jesus Cristo, dissestes aos vossos Apóstolos: Eu vos deixo a paz, eu vos dou a minha paz. Não olheis os nossos pecados, mas a fé que anima a vossa Igreja; dai-lhe, segundo o vosso desejo, a paz e a unidade. (o padre une as mãos e conclui) Vós, que sois Deus, com o Pai e o Espírito Santo.

Esta oração é um pedido de paz e ao mesmo tempo de perdão. Com este rito, a Igreja implora a paz e a unidade para si e para toda a humanidade. Tratando-se de uma oração presidencial, feita pelo padre, a comunidade participa em silêncio e responde ao final “amém”. Este, não é um amém qualquer, mas uma confirmação do que foi dito na oração, ou seja, a comunidade assina em baixo.

No rito da paz, a parte principal é a oração que o padre faz. O gesto do abraço da paz é secundário, podendo ou não ser feito, conforme for conveniente. Na IGMR (Instrução Geral sobre o Missal Romano) diz que este gesto deve ser sóbrio. Assim afirma: “Convém, no entanto, que cada qual expresse a paz de maneira sóbria apenas aos que lhe estão mais próximo” (nº. 83). Por que a sobriedade deste gesto? Para que não ofusque o rito seguinte, que é o da Fração do Pão.

O Missal Romano não fala de canto da paz. Este canto é um costume do lugar. Porém, deve ser breve, não demorar muito. Quando feito o canto, deveria expressar a paz do Cristo ressuscitado. Fala do gesto de desejar a quem estiver próximo, a paz. O importante é que este rito não seja apenas um gesto mecânico e sem sentido. O que aliás, em muitas ocasiões acaba sendo. Tal gesto deve nos comprometer a sermos construtores da paz, mas não uma paz qualquer, mas a paz desejada por Deus, a paz para todos, para toda a humanidade, para toda a Igreja.

Embora não seja um gesto de reconciliação e de perdão, ele pode ter um caráter pedagógico-cristão, nos incentivando a romper barreiras, e criarmos a verdadeira paz, que se traduz em fraternidade, comunhão e caridade. São estes os sentimentos que devem animar a comunidade a realizar o gesto da paz.

Por fim, o gesto do abraço da paz possui uma mobilidade dentro da liturgia, quando não for omitido, ele pode ser realizado em diferentes momentos: no início da celebração, como acolhida; após o ato penitencial, após a homilia, etc. O importante é fazermos dele um verdadeiro gesto de paz, superando toda superficialidade que as vezes acontece.

Para você, meu irmão e irmã, a Paz do Ressuscitado!
Pe. Cristiano Marmelo Pinto
Liturgista

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