sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019


CONSTRUIR MOINHOS DE VENTO

Pe. Cristiano Marmelo Pinto

Uma das coisas mais difíceis em nossa vida são as mudanças. Não sabemos lidar com o fato de que nossa vida muda, tudo muda. Mudar significa deixar para trás e assumir algo novo, outras coisas, outras posturas, um outro modo de ser, uma nova vida. John Kennedy dizia que: “aqueles que apenas olham para o passado ou para o presente irão com certeza perder o futuro”. Quem se apega ao passado, vive se lamentando das coisas ou pessoas que se foram, não se abre para o futuro. Quem fica lamentando ou buscando razões para manter-se no passado, perde a oportunidade de crescer. Nada e ninguém é permanente. Tudo passa e todos mudamos. Segundo Dan Millman: “toda mudança é positiva”. Quando nos permitimos mudar damos um salto para um degrau mais alto na evolução pessoal. Porém, toda mudança vem acompanhada de um certo desconforto, de adaptações e porque não de desistências.

Desistir faz parte do processo de mudança. Desistir do apego ao passado, desistir de coisas e/ou pessoas, de situações e de tantas outras coisas, é necessário para tornar-se livre para caminhar na direção de um futuro completamente novo. Como diz uma certa autora: “há desistências que nos salvam”. O que não se pode é apegar-se ao que já passou e não voltará nunca mais. Na vida temos que aprender a ter duas posturas, embora sejam difíceis: deixar para trás e deixar ir. Quantas pessoas passaram em nossa vida e se foram? Muitas nunca mais voltarão. E o tempo vai nos ensinando a lidar com as ausências, com a saudade. Todos devemos seguir nossos rumos e haverá sempre um momento em que chegaremos em encruzilhadas, onde cada um irá seguir em caminhos diferentes.

Érico Veríssimo fala dos ventos de mudança. Ele diz que: “quando os ventos de mudança sopram, umas pessoas levantam barreiras, outras constroem moinhos de vento”. De fato, quantos levantam barreiras para as mudanças não acontecerem, não se permitindo ao espetáculo da transformação pessoal. Esses não se abrem para o futuro porque preferem a zona de conforto do passado. Lamentam, tornam-se melancólicos, sempre com uma justificativa para não mudar. Mas, há também, aqueles que constroem moinhos de vento. É preciso aproveitar os “ventos de mudanças” para construir moinhos de vento, para construir novas perspectivas, novas possibilidades e fazer um novo caminho. Quando mudamos temos sempre a oportunidade de sermos melhores, mais amadurecidos.

É preciso construir moinhos de ventos, abraçando a possibilidade de um futuro melhor, de uma nova vida. Certamente, algumas coisas e algumas pessoas irão conosco, atravessarão a porta que separa o passado do futuro, para integrar-se conosco nessa nova vida, na nova etapa. Outras deverão permanecer do outro lado, no lado do passado, ficando para trás. Sem esse passo na vida, permaneceremos estáticos e nunca avançaremos no crescimento e amadurecimento enquanto pessoa. Como diz Martha Medeiros: “toda e qualquer mudança é um avanço, um passo à frente, uma ousadia que nos concedemos, nós que tememos tanto o desconhecido”. Quem quer crescer deve mudar. E só muda quem aprende a aproveitar os “ventos de mudanças” para construir moinhos de vento.

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